O 'tal' garoto de vermelho.

Lembro da primeira vez que eu o vi passando pela minha vida, da primeira vez que vi o garoto de vermelho, trazendo consigo uma avalanche de coisas boas, uma imensidão de sorrisos, que todos enxergavam, que muitos queriam, queriam tanto apenas uma visita do 'tal' garoto de vermelho, e com o tempo fui enxergando como as pessoas eram capazes de tantas coisas só para que ele continuasse em suas vidas por um longo tempo, coisas horríveis até, e eu ficava ali sem entender tudo que ele era capaz de fazer, sem entender como a presença dele pode mudar uma vida, duas vidas, duas vidas que juntas eram apenas uma...

A primeira demonstração de tudo que ele era capaz veio cedo e foi uma das mais intensas de todas as demonstrações que já vi e continua sendo até hoje, como toda a imensidão de sentimentos que a minha mãe sente, ela quase nunca diz, mas eu sei que sente! E o meu pai vive dizendo que e tudo culpa do 'tal' garoto de vermelho, e culpa dele tudo isso ser tão recíproco, é culpa dele eu estar aqui...

Ao longo dos anos o garoto de vermelho se fez presente em minha vida, e com o tempo eu fui conhecendo todos os seus lados, e tudo que só ele era e é capaz de fazer, como unir pessoas supostamente contrarias, que só tinham uma coisa em comum a passagem dele em suas vidas, durante muito tempo ele se fez presente e tão próximo e ainda está, como em todas as músicas lançadas, como todos os melhores filmes, como em todas as melhores séries, o tema das novelas era, é, e vai ser sempre o mesmo, algo que envolvia o garoto de vermelho por mais diferente e novo que fosse (...)

Uma amiga me fez aprender e a temer o outro lado do garoto de vermelho, o lado dele que faz estrago, que estraçalha, que destrói e te deixa em pedaços, o lado unilateral, o não recíproco, o que por mais injusto que pareça não e correspondido, é o que prevalece na atualidade...

Quando enfim eu pensava que o garoto de vermelho iria me dar a honra de sua companhia, ele vinha, mas de outro jeito, me trazendo amigos surreais, que ficaram por muito tempo, mas depois se foram, como se eu não fosse correspondida, me fazendo crer em outra caso, caso esse que me ensinou que não importa o quanto você ame, ou o quanto as pessoas te amem, elas sempre vão arranjar um jeito de ir embora, cabe apenas a você deixa-lás ir. E no início isso me fez temer ainda mais, ficar assustada com qualquer semelhança da aproximação do tal garoto de vermelho, me fez temer tanto que quando ele enfim bateu em minha porta, eu fiz questão de bater a porta na cara dele, e depois muito depois me dar conta do grande erro que cometi...

O garoto de vermelho vive me fazendo demonstrações, ás vezes até chega a esfregar na minha cara a felicidade exposta, como quando ele vem visitar meus amigos, e os deixa tão felizes, e tão bobos, e a maneira como ele revirar a vida de cada um deles, e eu permaneço aqui, como se estivesse pagando por todas as vezes que por medo bati a porta na cara dele, mas decidi que um dia mais cedo ou mais tarde eu iria ter que enfrentar esse meu medo, e escolhi a hora e a hora e agora!

Então estou aberta a possibilidades, a porta de tudo que sou está aberta... Esperando o garoto de vermelho vir fazer maravilhas e se for da vontade dele fazer não-maravilhas também...

Eu aprendi a conviver com a teimosia do garoto de vermelho, ele ás vezes fica quando não deveria ficar, e se vai quando deveria ficar... Mas não existe nada melhor do que a presença do garoto de vermelho (...)

PS: Vocês conhecem o garoto de vermelho de outra forma, chamam de AMOR, mas parece soar tão comum, tão clichê, que eu continuo preferindo chamá-lo na maioria das vezes da maneira mais boba possível, como garoto de vermelho...

@carlareiis